Nascida e criada na Beira Interior.
Pelo desenvolvimento da comunidade artística na cidade da Covilhã.
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A vida artística e cultural da Covilhã tem-se apresentado de estores e persianas corridos, um espectáculo raro e pontual à porta fechada acessível aos poucos e mesmos, porque pouca e a mesma é a cultura da cidade. Nesta conjuntura, artistas e jovens criadores vêem-se bloqueados na sua criatividade e impedidos de partilhar seus projectos, suas ideias, suas obras. São poucas as organizações assumidas como meios eficientes e capazes de dar voz e satisfazer as necessidades artísticas e culturais de uma cidade habitada por milhares de jovens, detentores de diversas vontades e olhares, esses tais que, por si, ajudam a construir um espaço de vivência mais saudável e propenso ao bem-estar, tanto próprio como da comunidade.
Porque acreditamos no desenvolvimento da sociedade pelo desenvolvimento da cultura, numa vida económica não divorciada da vida cultural, urge preencher lacunas estruturais que são apanágio de cidades do interior. Ainda para mais numa Covilhã que se orgulha, mais do que tudo, da sua Universidade da Beira Interior, é preciso fixar os jovens, criando-lhes estímulos, acções e iniciativas que os agarrem a um bem que cremos ser comum. Da vontade de dinamizar e impulsionar criadores e artistas locais, nasce a CISMA, uma associação que pretende ocupar um lugar de destaque na vida cultural da cidade da Covilhã, um lugar onde se quer possível e real a criação, a partilha, a satisfação, a superação, e a realização de projectos artísticos e culturais.
A CISMA toma, desta maneira, por principal missão a promoção da paisagem cultural covilhanense. Será através do contínuo esforço em fomentar um panorama multidimensional, no que às diversas expressões artísticas diz respeito, que a CISMA se afirma como parceiro sociocultural perante diversas entidades interessadas em dinamizar a cultura covilhanense. Para tal, é ao disponibilizar todos os meios de apoio ao alcance da associação que se pretende apoiar os propósitos artísticos dos seus associados e promover seus produtos e eventos. Numa Covilhã onde o mais próximo de espiritualidade é o copobalão de gin tónico oferecido ao jovem, é preciso fomentar o convívio artístico-cultural entre aqueles que quando saem de casa é para ir à estação comprar bilhete apenas de ida.
É preciso, dizemos que é preciso, o devir das artes e da cultura na Covilhã. É porque almejamos a democratização das artes, em registos de criação e consumo universais e transversais à sociedade, que a CISMA se assume com a promessa de tornar real a expressão artística, a criação artístico-cultural, a arte desinteressada. Porque em nome do capital a pena capital ao prazer desinteressado, a CISMA vem dar primazia a uma comunidade, sem eliminar identidades e idiossincrasias constituintes, que se prezará pelo fascínio outra vez, pelo espanto outra vez, pelo sublime ainda outra vez. À arte, aquilo que é da arte.
Vê-se, pelo facto de não ser preciso destruir para construir, o carácter potencial de uma cidade que pouco apruma a palavra cultura. Acreditando que uma cidade justamente desenvolvida é para todos, a CISMA nasce na esperança de criar condições para que artistas emergentes se possam entregar às suas inspirações libertas das garras cruéis de pressões sistemáticas impeditivas do trabalho espontâneo e apaixonado. A CISMApromete lutar para ser uma incubadora onde os artistas possam desenvolver as suas ideias, pensamentos, expressões, projectos, eventos e liberdades artísticas, podendo contribuir também para o futuro sucesso da associação, na medida do seu possível. Ao nosso alcance, artistas serão recebidos de braços abertos e encorajados nas suas manifestações criativas, tentando acabar com as condenações apriorísticas que caracterizam aqueles que são detentores de mentes livres e transbordantes, mas sem meios suficientes para as materializar.
Porque é preciso cumprir o chamamento da debandada, estamos aqui para realizar um projecto que se demarca pelo desejo de satisfazer a necessidade de criação de uma ou várias identidades artístico-culturais transversais na cidade da Covilhã, uma cidade que, com ajuda da CISMA, será vista como um espaço multidimensional de respeito, responsabilidade, convívio, partilha, liberdade e, acima de tudo, paixão pelas artes e por uma cultura evoluída, extasiada na alegria de poder viver e poder criar.